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Foto do escritorMaristela Scheuer Deves

Crise existencial com toques de trama policial em “Tempestade de Outono”



Dizer que Tempestade de Outono (Quatrilho, 104 pág.), de Pippo Pezzini, é uma obra sobre um escritor cujo livro é utilizado como “roteiro” por um serial killer pode dar a falsa impressão de que se trata de um romance policial – impressão essa que é potencializada pelo trecho escolhido para a contracapa do romance. O livro, entretanto, tem mais a ver com o título, em seu sentido metafórico: a tempestade existencial pela qual passa o protagonista, Pedro Mussoi.


Já nos primeiros parágrafos a personagem se dá a conhecer, revelando um escritor em crise de criatividade (algo de certa forma comum, tanto na ficção quanto na vida real). A monotonia de passar os dias fumando, bebendo e encarando a folha em branco é quebrada por um telefonema da polícia, que quer sua ajuda para solucionar uma série de assassinatos de mulheres que vem ocorrendo na cidade.


A partir daí, o leitor pode pensar que Pedro vai se tornar suspeito – afinal, o assassino segue o que ele escreveu –, ou, talvez, contribuir ativamente na resolução do caso. Sem querer dar spoilers, o que é possível dizer é que Pezzini escolheu priorizar a personagem em si, focando-se nos seus dramas. Estes, por sua vez, vão bem além do bloqueio criativo, envolvendo o aspecto antissocial de Pedro Mussoi, seu relacionamento conturbado com a ex-mulher e sua falta de expectativas.


Enquanto o (anti)herói tenta fazer as pazes com a escrita e com o amor, entretanto, as mortes seguem acontecendo, e isso vai ter um impacto profundo na sua vida, com períodos em que a tempestade amaina e outros em que ela se intensifica.


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Amanhã tem mais dicas de leitura aqui no blog, dentro do desafio de indicar novas leituras diariamente durante todo o mês de setembro.

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