O período de isolamento levou Elaine a escrever mais e começar novos projetos (Créditos foto: Luciana Galiotto)
O ano de 2020 vem sendo atípico e tem modificou nossos planos em todas as áreas – inclusive na literatura. Muitos lançamentos tiveram de ser adiados, outros ocorreram via lives, e aos poucos escritores e leitores foram aprendendo a se reinventar. Neste último mês do ano, o blog Página Impressa abre espaço para escritores gaúchos fazerem um balanço do período que se encerra e falarem dos seus projetos literários para 2021, que está quase batendo à porta.
A primeira convidada é a escritora caxiense Elaine Pasquali Cavion, autora de obras infantis como Formigas, O Colecionador de Águas e Amarelo. Neste ano, ela lançou Tempo de Navio, que já está à venda no site da Editora Aletria. A sessão de autógrafos, porém, que estava prevista para ocorrer na 36ª Feira do Livro de Caxias do Sul, não pode ser realizada em virtude da determinação de bandeira vermelha no Estado e o consequente cancelamento de eventos.
– A pandemia tem sido uma situação desafiadora em todos os aspectos, diversos encontros com leitores foram cancelados, outros foram realizados no formato de lives, o que no início causou certo estranhamento, mas depois foi preciso transformar a tecnologia que permite os encontros em aliada. Definitivamente, um novo espaço de vínculos com o leitor se desenhou neste ano – avalia Elaine.
A escritora conta que o fato de ter permanecido mais em casa, circulando apenas o necessário, fez com que ela focasse muito na escrita. Com isso, muitos projetos que estavam parados foram retomados e novas produções foram colocadas em andamento.
– Considero que meu aspecto criativo esteve em alta no ano, mas não escrevi sobre a pandemia, não foi esse o assunto que motivou meu fazer. Antes pelo contrário, senti necessidade de escrever mais sobre o que está perto e nos coloca na rota dos afetos; o próprio ato de ler e imaginar também entrou nas minhas histórias.
O novo livro, que traz ilustrações de Odilon Moraes e saiu pela editora Aletria, é uma história poética de um menino que recebe um convite surpreendente: subir as escadas de um navio que navega no céu. Lá, ele vai poder enxergar o mundo sob outra perspectiva, numa trama sobre o tempo, o sonho e a imaginação.
A escritora considera uma vitória o fato de estar lançando um livro e ter conseguido criar bastante num ano tão adverso. Outra experiência gratificante, diz, foi ter conseguido encontrar, mesmo em formato de lives, crianças leitoras gaúchas e de outros Estados:
– Ter conquistado espaços para falar sobre livros e leitura é definitivamente recompensador.
Sobre os projetos para 2021, Elaine prefere não traçar metas específicas:
– Se tem algo que 2020 nos mostrou é que fazer planos e, principalmente criar expectativas não tem feito parte da agenda atual (risos), por isso os meus planos são os mesmos desde que a vontade de escrever entrou como potência na minha vida, ou seja, aprimorar sempre o meu trabalho com a linguagem para entregar um texto de qualidade ao leitor. Torcer para que venha mais um livro no ano também está no horizonte. Ah, e estudar muito, pois fui admitida no Mestrado em Letras da UFRGS.
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