(Foto: divulgação)
A escritora caxiense Heloísa Coin Bacichette, a Helô, não havia programado lançar nenhum livro em 2020. Mesmo assim, sua rotina mudou bastante durante o ano, com mais tempo para ler e escrever, embora, avalia ela, não tenha produzido tanto quanto esperava.
- A parte positiva é que voltei a estudar. Estou cursando pós- graduação em Literatura Infantil e Juvenil pela Unicam/RJ. A produção de textos técnicos exigiu mais espaço e talvez se justifique o fato de escrever menos literatura nesse período.
Os maiores desafios, conta Helô, foram a necessidade de se adaptar às tecnologias e a busca de alternativas para interagir com os leitores.
- Meu trabalho tem vinculação direta com instituições de ensino. O distanciamento social impôs uma nova ordem no "fazer/agir cotiano" que afetou não só a mim, mas a todos os que trabalham com pessoas. A realização de lives foi uma alternativa necessária, mas não me agrada muito pensar num modelo de comunicação que tenha vindo para ficar, para assumir um lugar definitivo. Sinto falta do contato físico, do abraço das crianças e adolescentes. O virtual é importante e, em alguns momentos necessário, mas o presencial é insubstituível.
Sobre o ano que se aproxima, a escritora diz que ainda não parou para pensar.
- Parece-me que de algum modo a falta de uma perspectiva em relação ao tempo real que poderemos contar com a vacina esteja bloqueando meus planos para o futuro. Talvez essa desaceleração seja algo necessário para amadurecer algumas ideias, alguns planos...
Num primeiro momento, Helô pretende investir na divulgação dos seus livros já publicados e nos estudos da pós. Para o segundo semestre de 2021, pensa em resgate projetos que estão à espera do seu tempo para serem revisados e executados.
- Quem sabe um novo livro? Ou um novo formato para o projeto "Elos da Palavra"? – diz, referindo-se ao projeto que já levou diversos escritores para conversar e ministrar oficina em bairros caxienses.