Escritor fala de seu ano e de sua rotina (foto: arquivo pessoal)
(Observação: o texto está em primeira pessoa pois foi escrito pelo próprio Emir Rossoni, especialmente para o blog)
Dois mil e vinte começou com muitas promessas. Eu havia acabado de lançar Domanda Nísio, meu livro que contos que recebera o Prêmio Minas no ano anterior e com algumas atividades referentes a ele previstas. Além disso, minhas oficinas permanentes e cursos de curta duração presenciais retornariam em março para mais um ano de criação e descobertas. Em fevereiro, uma ótima surpresa: meu livro Erros, errantes e afins venceu o Prêmio CEPE, um dos mais importantes e concorridos do país, e teria lançamento em Recife e Porto Alegre, e talvez em mais locais.
Pois que pela metade de março, uma semana após o lançamento de Domanda Nísio em Nova Bassano, num filó que reuniu cerca uma centena de pessoas, com direito a encenação de um conto do livro e discurso de minhas professoras do secundário, tudo parou. Após uma aula em cada turma de oficina, tudo parou. A previsão era que em breve voltaríamos. Mas o ano acabou por terminar com todo mundo trocando ideias pela tela do computador. A jornada presencial de Domanda Nísio em dois mil e vinte terminou ali. Nas oficinas, depois um começo cheio de tropeços, tanto eu quanto os alunos descobrimos novas formas que substituíram e, inclusive, potencializaram certas didáticas. Como ministrante, termino o ano com um repertório didático mais amplo, trocando o quadro pela tela, com algumas vantagens, porém com déficit de olho no olho.
Mas essa é apenas uma parte das minhas atividades. Desde que passei e me dedicar exclusivamente à literatura, elaborei um método de trabalho, que por causalidade, acabei por transformar em um curso chamado “Escrevendo sem Inspiração”, que ministro cerca de duas vezes por ano, desde dois mil e dezoito.
Quanto à produção como escritor, eu escrevo todos os dias, de manhã, por uma hora ou duas, de segunda a sexta. Meu objetivo era sempre escrever cinco vezes por semana. Iniciei, em janeiro, o planejamento de um romance, que se passa em princípios do século XIX. Planejamento elaborado, estrutura, enredo, personagens, tempos, trama, formato, voz, linguagem, léxico, narradores e tudo mais, comecei a escrever em março. Porém, de março a setembro, reduzi minha cota semanal. Tudo era muito novo, a ânsia por informações e por tudo mais do começo da pandemia contribuíram para que eu escrevesse somente três vezes na semana. A partir de setembro retomei o ritmo normal e encerrei o livro em novembro.
Sempre que eu termino de escrever um livro, estou nas vésperas de um lançamento. O livro Erros, errantes e afins que prometia lançamentos em Recife e Porto Alegre, além de alguns outros eventos a ele relacionados, aconteceu em dezembro, de forma online durante o Circuito Cultural de Pernambuco, mas não aconteceu em Porto Alegre. Possivelmente a gente consiga fazer alguns lançamentos desse livro no Rio Grande do Sul em dois mil e vinte um. Possivelmente presenciais.
Até o momento, estou esperando acabar o ano, encerrei as atividades. Mas já sei o que fazer em dois mil e vinte um. Manteremos as atividades da oficina “As duas histórias do conto” no MEME Estação Cultural durante o verão, tudo online, quem quiser pode entrar e trilhar o ano que vem com a gente. A oficina que mantenho no GOG Ideias dará um tempo no verão, retornando em março. Nesse mês também terei uma turma de crônicas na Metamorfose. E creio que teremos duas edições online do curso Escrevendo sem Inspiração.
Como todo ano escrevo um livro, para o ano que vem já planejei trabalhar num livro de contos que iniciei em dois mil e doze e está pela metade. Ele ficou na gaveta esperando a oportunidade enquanto outros projetos se faziam mais latentes. Mas agora é a hora dele. Como sou bem disciplinado quanto à minha produção, creio que ele estará finalizado lá por outubro. Em termos de lançamento, eu lanço um livro por ano. Então, em dois mil e vinte um, ao que tudo indica, lançarei o livro Mamãe trabalhava à noite, que deveria ter sido lançado esse ano, mas aí veio o livro Erros, errantes e afins no Prêmio CEPE e acabou furando a fila.
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