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Foto do escritorMaristela Scheuer Deves

Maioria dos brasileiros não frequenta bibliotecas, revela pesquisa




Na semana passada, falei por aqui que o número de leitores cresceu no Sul do país, mas caiu no Brasil como um todo – perdemos 4,6 milhões de leitores em quatro anos, segundo os dados da 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, recém-divulgada pelo Instituto Pró-Livro. Hoje, trago alguns outras constatações do estudo, começando por um que chama muito a atenção: 68% dos brasileiros não frequenta bibliotecas. Na edição anterior da pesquisa, eram 66%.


Alguns podem pensar que isso se deve à falta de bibliotecas em pequenas cidades do interior. Não é verdade. Quando se analisa os dados relativos às capitais dos Estados, pode-se perceber que o índice dos usuários do serviço permanece baixo. Em Porto Alegre (RS), por exemplo, 19% dos entrevistados costumam frequentar bibliotecas, com frequências variadas; 12% o fazem raramente; e 69% nunca visitam esses locais. A média de não-usuários, como se pode ver, supera a nacional.


Num comparativo entre as capitais, as cinco com que mais registraram a resposta “não frequento bibliotecas” são Maceió (AL), com 77%; Goiânia (GO) e Campo Grande (MS), ambas com 75%; Rio de Janeiro (RJ), com 74%; e Natal (RN), com 72%. Aquelas em que o índice de não-frequentadores foi menor são Manaus (AM), com 54%; Florianópolis (SC), Belém (PA) e Macapá (AP), todas com 56%; e Teresina (PI) e Rio Branco (AC), ambas com 57%.


Voltando aos números de leitores, no post passado falamos por regiões. Agora, levando-se em conta as pesquisas das capitais, aquelas que apresentaram maiores índices de leitores são, nessa ordem, João Pessoa (PB), com 64%; Curitiba (PR), com 63%; Manaus (AM), com 62%; Belém (PA), com 61%; e São Paulo (SP), com 60% - lembrando que o estudo considera leitores quem leu pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. Os piores índices são os de Campo Grande (MS), com apenas 26% da população leitora; Maceió (AL), com 37%; Goiânia (GO), com 42%; Rio de Janeiro (RJ), com 47%; e Natal (RN), com 48%. Em Porto Alegre, os que se declararam leitores são 52%.


A média de livros lidos a cada ano, que nacionalmente ficou em 4,95, apresenta uma grande variação entre as capitais. Dessa vez, a média mais alta é a de Vitória (ES), que ficou em 9,49. Na sequência vêm João Pessoa (PB), com 7,99; Curitiba (PR), com 7,93; Florianópolis (SC), com 7,7; e Belo Horizonte (MG), com 7,1. Já os porto-alegrenses têm o menor índice da região Sul, com 4,61 – abaixo da média nacional. O menor número é o de Maceió (AL), com apenas 2,71 livros lidos/ano.


Quando a pergunta foi se a pessoa tinha comprado algum livro, fosse ele em papel ou em formato digital, nos três meses anteriores à pesquisa, os campeões de compra entre os moradores das capitais são os de Florianópolis (SC), com 41% de resposta positiva. Logo atrás vêm os de Manaus (AM), com 40%. Onde menos se comprou livros foi em Campo Grande (MS): somente 13%. Também ficaram abaixo dos 20% as capitais Maceió (AL), com 14%; Aracaju (SE), com 16%; Porto Velho (RO), com 17%; e Goiânia (GO), com 19%. Em Porto Alegre, 26% haviam comprado livros.


Outro dado interessante diz respeito à frequência dos moradores das capitais em eventos literários, tais como feiras do livro, bienais e outros. Nesse quesito, os porto-alegrenses são os campeões da região Sul, com 27%. Nacionalmente, perdem apenas para os moradores de Belém (PA), onde 31% participam desse tipo de programação cultural. Na maioria das capitais, o índice fica abaixo de 20% - em quatro delas, aliás, está abaixo de 10%.


Ainda teria muito mais o que falar sobre a pesquisa, mas fica para outra ocasião. Por enquanto, deixo uma pergunta: e você, costuma frequentar bibliotecas? Conhece a biblioteca da sua cidade, sua escola ou universidade? Em muitas cidades, há ainda outras opções, como as bibliotecas comunitárias e as mantidas por instituições como o Sesc e o Senai. Em geral, o acesso e a retirada de livros são gratuitos, bastando fazer um cadastro. Assim que possível, falo de algumas bibliotecas por aqui. Até mais!



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